quarta-feira, 8 de agosto de 2007

7 Aberrações de Portugal continental

Na senda da iniciativa que o jornal “Tal e Qual” está a organizar desde Junho, a eleição das “7 Grandes Aberrações de Portugal” seguidamente vou apresentar as minhas escolhas, relativamente a Portugal continental (deixo de fora portanto as Regiões Autónomas que conheço pior).

Já viajei bastante por Portugal (continental), bem como o estudei. E disperso-me bastante pelo território lusitano e pelas suas múltiplas realidades. Certamente mais do que média (para a minha idade) do que o fazem os portugueses. Contudo é óbvio que não conheço um número infindo de edifícios, monumentos, equipamentos, infra-estruturas e sítios de Portugal. Bem, nem eu nem os outros 10 milhões de portugueses (nem mesmo alguém como o Prof. José Hermano Saraiva!)

Como tal esta escolha é só a minha momentânea e parcial escolha.
Denotarão que é uma escolha bem concreta, individualizando-se os edifícios, estruturas, lugares e tentando não generalizar em excesso.

(por ordem alfabética)

1, Armação de Pêra. Já passei lá férias durante uma semana e pude constatar que se aquele caos urbanístico fosse localizado no Rio de Janeiro ou Bronx seria certamente um ‘belo’ antro de criminalidade. Do mal o menos, situa-se em Portugal! Um país de costumes (ainda) mais brandos.

2. Cimenteira do Outão, na Arrábida. Muito mau a diversos níveis. Está sempre para fechar, mas é como a St Engrácia. E dura, dura…

3. (Os) Elefantes brancos: Alqueva, complexo de Sines, complexo do Cachão, estádios do Euro2004 (Algarve, Aveiro, Leiria), exponor, outlet Alcochete, projecto de Thierry Roussel no Alentejo, etc, etc. Custam milhões, depois não têm utilização minimamente conforme e a factura de os manter/remendar é sempre elevadíssima.

4. Estradas de acesso aos topos das montanhas/serras. Pelo que conheço de diversos países da Europa Ocidental não é prática nada comum a de se construir estradas de acesso ao topo de tudo o que é montanha/serra. Em Portugal é rara a montanha/serra que não possui um acesso em alcatrão ou estrada em terra/paralelepípedo, a maioria delas em áreas protegidas (Estrela, Larouco, Marão, Montesinho, Nogueira, Caramulo, etc). O excesso de tráfego motorizado nessas serras é ainda mais agravado pelo facto de áreas mais elevadas serem das mais sensíveis.

5. Parques Eólicos nas serras em excesso. O habitual em Portugal, o oito ou oitenta! Em pouco tempo cobriram-se as cumeadas das nossas serras destas estruturas. Já se afigura difícil constatar uma serra portuguesa que não tenha um parque eólico (ou esteja projectado).

6. Quinta do Engenheiro Carvalho (Vila do Conde), propriedade privada com mais de 18 hectares, em frente ao mar, no perímetro urbano da cidade. Mesmo ao lado existe um bairro de Pescadores, com humildes habitações muitas delas com menos 100m2. Disparidades sócio-económicos brutais no mesmo espaço.

7. Torres de Ofir na costa (Esposende) e o Prédio St António, na Covilhã, projectado pelo pai de José Sócrates, o arquitecto Fernando Pinto de Sousa. Duas grandes aberrações visuais.



Lanço aqui um singelo desafio ao blogues "0 de Conduta", "A arte da fuga" e "We have Kaos in the Garden", para elegeram os seus.


1 comentário:

"O Padrinho" disse...

Concordo na atribuição da nomeação à Torre de Sto António. É de facto uma grande aberração. Outro ponto que gostei de ler refere-se ao alcatrão até ao alto da montanha, nomeadamente da Serra da Estrela. É uma vergonha mesmo! Saudações mafiosas