sábado, 4 de agosto de 2007

Afastamento da Directora do Museu Nacional de Arte Antiga - Pimba 64


Directora do Museu Nacional de Arte Antiga afastada

Entrevista da ex-Directora ao jornal Público


Todos têm a sua quota de culpa neste triste processo, mas mais tem o Ministério da Cultura (MC), sobretudo pela sua cúpula não ter verdadeira capacidade de direcção, de liderança, e mesmo de efectiva e eficente gestão. Isabel Pires de Lima é uma excelente académica (e pessoa razoavelmente bem intencionada) mas não tem perfil nem experiência para estar à frente do Ministério da Cultura, ou sequer de qualquer instituição/organização cultural de elevada dimensão. Quando a realidade é esta usa-se a razão da força e não a força da razão. E este caso passou-se com esta Directora que até é uma pessoa bastante cordata e pouco dada a conflitos (embora por vezes possam tentar transparecer o contrário). Se se tivesse passado com alguém verdadeiramente problemático o MC entrava em profunda crise, se é que não é o caso desde há já bastante tempo!
O pior disto é que parece que o Estado perdeu mais uma pessoa competente ao seu serviço, porque a direcção do ME é deveras débil e em situações mais complicadas recorre ao poder arbitrário e não ao uso do intelecto e da erudição, para fazer jus ao Ministério que tutela.
Dalila Rodrigues foi substituída em 2005 no Museu Grão-Vasco por alguém que tem vindo a realizar um trabalho globalmente insatisfatório, espero que o novo Director do MNAA realize, ao invés, um bom trabalho.
Sei que ser Ministra/o do MC é um pouco diferente dos demais Ministérios, pois passa-se 3/4 do tempo a correr o país, em inaugurações de edifícios, exposições, festivais; a abrir/fechar conferência, colóquios; a assistir a estreias de espectáculos musicais, de teatro, de dança; a assistir ao lançamento de obras; a assinar parcerias ou apoios a outras entidades; etc. Contudo isto não deve induzir que a escolha da/o Ministra/o se faça sobretudo por critérios de ser uma pessoa simpática, com boa imagem, com prestigio académico, ou de ter bons relacionamentos. Existem outros aspectos que não podem ser minimamente descurados na escolha de tão relevante cargo público.

Se José Sócrates fosse para Seleccionador Nacional de futebol certamente escolheria jogadores como Abel Xavier (visual), Ricardo Costa (amizade) ou Boa-Morte (tolerância)! Já se jogam bem, isso é somenos!


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